Publicado em 26 de maio de 2022

“O que podemos antecipar é que Nosso Lar 2 – Os mensageiros – vem aí! Continuamos a contar a história do Dr. André Luiz, desta vez a partir do segundo livro de sua série A vida no mundo Espiritual. Em Nosso Lar, pudemos apresentar um filme para os que não conheciam nada da história que falava sobre a vida depois da vida, os diferentes estágios do Espírito depois de desencarnar, as relações mais imediatas com os que ficaram na Terra. Era uma “apresentação”. Agora, temos a chance de aprofundar essas relações.”

Confira a íntegra da entrevista realizada com o diretor dos filmes Nosso Lar, Chico para sempre e Nosso Lar 2 – Os mensageiros, entre outros, Wagner de Assis, para o Reformador. A matéria estará na edição de junho da revista, que pode ser adquirida no site:www.febeditora.com.br

Assista ao bate-papo no perfil da FEB Editora no Instagram com todos os detalhes desta edição: https://www.instagram.com/p/Cd_LZjsJ0KA/

Chico para sempre

Wagner de Assis | contato@cineticafilmes.com.br

Reformador: O Espiritismo é tema de diversos produtos audiovisuais desde meados do século passado. Ainda na década de 1970, diversas novelas já o abordaram em suas tramas. Tendo em vista interesses de diversos agentes do mercado internacional de cinema, como a Fox, Sony e Disney, podemos considerar uma temática espírita instigante para o mercado audiovisual? Como a representação espírita nos cinemas pode ampliar a divulgação da Doutrina para além do Movimento Espírita?

Os temas que a Doutrina Espírita oferece para os meios audiovisuais são sempre muito bem aproveitados desde os primeiros filmes feitos. É um manancial de boas histórias que precisa ser bem compreendido para ser adaptado adequadamente. Não adianta também apenas tentar “traduzir” o que está nos livros. É preciso compreender o meio para o qual estamos adaptando e, aí sim, tentar tirar o maior proveito dos potenciais dramáticos.

O que isso vai proporcionar cada vez mais? Uma nova forma de entender assuntos ligados à Espiritualidade e uma ressignificação de imagens, por exemplo, o que ajuda as pessoas a compreenderem as realidades paralelas – são apenas algumas das inúmeras coisas que são geradas quando se conta uma história audiovisual com temas espirituais – com respeito aos postulados da Doutrina, é bem verdade.

Entendo, assim, que estes projetos sejam acréscimos à imaginação e ofertas de reflexão para as pessoas, alimentos emocionais e, também, questões para as quais as perguntas são pessoais e intransferíveis. Ver filmes que mexam com nossas memórias atávicas, com nosso histórico espiritual, mexe com lugares em nossa mente que normalmente não são acessados por produtos audiovisuais. Isso é muito positivo, porém, de nada adiantará se não lembrarmos que a reforma íntima é pressuposto básico para a vida na Terra. É muito positivo também para o Movimento Espírita, sem dúvida, porque o tema é atraente, interessante, infinito em suas verdades e conhecimentos.

Reformador: Chico para sempre, filme e série com previsão de lançamento para junho, contará com mais de 100 depoimentos de diversas personalidades ligadas à vida e obra do médium mineiro. O que podemos esperar desta produção e como ela pretende marcar a memória do público sobre Chico Xavier?

Queremos estrear o filme no dia 30 de junho, que marca a data da desencarnação do Chico – vinte anos atrás. É um projeto que nasce da vontade de termos, se possível, um filme no qual pudéssemos ver a maior quantidade possível de assuntos relacionados ao Chico. Fizemos um esforço enorme de entrevistas, mas também de pesquisa de imagens, para que possamos acompanhar também as andanças do médium e todas as histórias importantes ligadas a ele.

Ao mesmo tempo, percebemos que é realmente quase impossível conseguir sintetizar o Chico. Quase impossível ter tudo o que ele viveu apenas num filme de duas horas de duração. Assim, percebemos que uma série de episódios seria um bom complemento para explorarmos ao máximo temas como mediunidade, os “causos”, o legado, as obras. Por isso, montamos uma série de oito episódios que ajudam a ter um Chico o mais completo possível para quem o conhece e também para quem não o conhece. Fato é, incontestável, que existe muito mais Chico no Brasil do que imaginam os próprios brasileiros. Há muito Chico neste país, tanto que talvez jamais saibamos mensurar. Então, resta-nos aprender, lembrar, reviver o que pudermos da jornada de vida deste homem singular na história de nosso país. Chico para sempre é uma homenagem sim, mas também um local onde poderemos ver o quão grande, importante e relevante ele é para todos nós.

Reformador: No ano em que rememoramos os 20 anos de desencarnação de Chico Xavier, lembramos diversos aspectos de sua vida e obra. E não podemos deixar de também celebrar André Luiz, Emmanuel, Espíritos que conduziram Chico a diversas produções literárias e ações de bem. Quais os desafios de retratar estas personalidades nas telas com toda a grandiosidade que representam?

Um desafio enorme. Que parece intransponível num primeiro momento, mas que, aos poucos, quando conhecemos mais e mais sobre eles, se torna viável porque são seres como nós – já estiveram em diversas vidas, conhecem os dramas humanos na Terra, nos ajudam justamente porque têm empatia completa com nossas jornadas. O que não evita que tenhamos também que fazer valer todas as técnicas e aspectos artísticos de produção, para que todos os momentos tenham credibilidade, emocionem e façam pensar. Como uma boa obra de arte, que suas histórias possam tocar os espíritos dos espectadores.

Reformador: Desde o seu lançamento, Nosso Lar se tornou um sucesso entre os leitores e simpatizantes da Doutrina Espírita. Como você vem percebendo do público a expectativa da continuação do filme e que novidades podemos antecipar aos nossos leitores?

O que podemos antecipar é que Nosso Lar 2 – Os mensageiros – vem aí! Continuamos a contar a história do Dr. André Luiz, desta vez a partir do segundo livro de sua série A vida no mundo Espiritual. Em Nosso Lar, pudemos apresentar um filme para os que não conheciam nada da história que falava sobre a vida depois da vida, os diferentes estágios do Espírito depois de desencarnar, as relações mais imediatas com os que ficaram na Terra. Era uma “apresentação”.

Agora, temos a chance de aprofundar essas relações. De contar sobre projetos de vida que fracassam, das relações entre mensageiros, mentores, companheiros de jornadas que nos acompanham. E, sempre, saber mais dos aspectos da vida no Mundo Espiritual, com o Dr. André nos contando sobre processos de desencarnação, sobre famílias espirituais, enfim, o humano-espiritual agora é mais relevante para esta segunda história da franquia.

Desta vez, além do apoio e coprodução da Federação Espírita Brasileira (FEB), temos uma parceria com a Star+, que é a nova marca da Disney Company. Eles serão nossos parceiros nessa realização.

Reformador: Doze anos se passaram desde a estreia de Nosso Lar nas grandes telas. O que mudou no mercado de cinema, no Movimento Espírita e no diretor Wagner de Assis ao longo deste tempo? E como estas mudanças impactarão Nosso Lar 2?

Boa pergunta! Sobre o mercado de cinema, posso dizer que ele mudou radicalmente. Os streamings, que são as plataformas de vídeos transmitidas para dentro de nossas casas, preponderam. Mas ir ao cinema ainda é a maior diversão e apostamos na relevância dos projetos e seus valores artísticos e de produção para voltar a ter grandes públicos nas salas mágicas dos cinemas.

Sobre o Movimento Espírita, não sou a pessoa mais indicada para falar, mas imagino que continuamos com os mes-mos desafios de sempre – unidade, raízes firmes na Doutrina de Kardec, um olho aberto às suas atualizações com as novidades da Ciência, e, sim, uma potência de comunicação que nunca vimos antes – isso nos coloca num lugar de termos à disposição mecanismos tecnológicos que nos abrem literalmente o mundo como uma via de expressão. Isso, sem dúvida, é muito poderoso.

Quanto a mim, bem, menos cabelos, mais peso (argh!) e muito mais gratidão por ter a chance de conseguir contar histórias no cinema que alimentam a minh’alma antes de tudo. Isso só aumenta com o tempo. O resto é trabalho.

Reformador: FEB Cinema é o novo selo da Federação Espírita Brasileira, voltado às produções audiovisuais – como o cinema, streaming e novelas –, com base nos mais de 600 títulos da Editora. Qual a importância desta iniciativa para o mercado de cinema nacional e para o Movimento Espírita?

Grande importância por reconhecer a força do audiovisual que vem complementar a literatura, respeitando-se mutuamente e suas formas de expressão. Há tantas histórias boas que merecem e poderão ser contadas em audiovisual que só nos resta trabalhar e conseguir os parceiros e, também, entender as formas corretas de contá-las. Mas, isso, só o tempo, a experiência e o exercício de cada projeto nos ensinarão mais e mais. O importante é jamais parar de dizer Ação!